segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Maluco... Eu?!


Por Auri Jorge Ramos Pereira - Técnico de Segurança do Trabalho - QG-VI


Olá pessoal! Me chamam de maluco na sonda, mas vocês vão me dizer se sou ou não sou depois deste relato, após seis anos de atividade no ramo perfuração na Amazônia.

Eu iniciei como auxiliar de plataforma, e logo peguei pela frente uma tal de 'manobra com descida de revestimento', onde tinha um sob e desce de escada, tira e coloca protetores, passa graxa na rosca e assim o dia inteiro... E não consegui terminar o dia, pois começou uma câimbra nas pernas e depois passou pela barriga e ouvi alguém dizer "vai cair"... E quando me dei conta, eu já tava em cima dos tubos caído e logo me levaram para a enfermaria. O técnico de enfermagem disse que logo passaria e me aplicou uma bezetacil e disse que não iria doer nada. O que??? rsrs Isso doeu e muito e eu queria era esganar o técnico de enfermagem e ele saiu da enfermaria dizendo que tinha um maluco com câimbra, correndo atrás dele.

O tempo passou e fiz o curso de técnico de segurança. Logo depois, assumi o cargo e o mesmo técnico de enfermagem disse: "esse cara vai deixar todo mundo maluco na sonda"; foi o contrario... que bom!
Aí então pensei 'agora vai ser maravilha', mas eu me enganei...
Com a chegada das sondas QG-VI E QG-VII, vieram alguns colaboradores que chegaram junto com as sondas lá de onde foram construídas para ajudar a montar e orientar nos equipamentos. Um belo dia, alguém vem até a mim e me diz que um desses colaboradores está de bermuda e camiseta... Fui até ele e tentei me comunicar com ele, pedindo ajuda das tradutoras e ele compreendeu e foi para o acampamento se trocar. Durante a madrugada, fui acordado e foi porque o mesmo colaborador estava só de short na mesa do torrista... Me equipei, peguei um rádio e subi na torre com outro cinto paraquedista. Chegando lá, o colaborador estava bravo e pedi para as tradutoras falarem com ele, aí ele colocou o cinto e quando foi pra descer, veio o problema... O cara travou e nem subia e nem descia... Perguntei através das tradutoras o que tinha acontecido a ele e ele disse que tava com muito medo. Pronto! Começou a negociação... Isso era às 2h da manhã e foi até as 4h mais ou menos, quando ele desceu junto comigo, preso ao meu cinto... Esse colaborador urinou no short todo e eu estava em baixo... E quando cheguei com ele na plataforma me chamaram de maluco por te feito o colaborador urinar no short em mim.O tempo passou...

No DDQSMS diurno sempre estavam reclamando de um cara que não tomava banho após as atividades e jantava e ia dormir no contêiner deles. Um dia perguntei que era, e logo todos apontaram para o colaborador que vinha chegando... Comecei a falar com ele, mas ele gesticulava que não tava entendendo, então pedi para os próprios companheiros falarem o que eu iria dizer a ele, então achamos que ele compreendeu a importância da higiene corporal, então tava tudo resolvido... Que nada!  Me levaram até o contêiner que o cara tava dormindo, quando abri a porta um odor horrível, chamei o cara e chamei o pessoal da hotelaria e pedi para o cara tomar banho... Ele foi tomar banho, mas só lavou o rosto e fez sinal de positivo. Aí tive que falar a ele que o banho da gente era diferente e que iria ensinar ele a tomar um bom banho - fui até o almoxarifado da segurança, me vesti com um macacão tayvek, uma mascara descartável, uma luva de borracha, uma esponja e sabão liquido... Quando o colaborador me viu achou que era assim que tomávamos banho rsrs

Mas foi quando eu fechei a porta do chuveiro e dei um banho no cara... No fim do banho, ele pegou uma toalha e se enxugou e fez um sinal de positivo para mim e sorriu muito e o pessoal tornou a me chamar de maluco de novo.



Outro caso... Em muitas auditorias que a sonda foi submetida pelo cliente e pela empresa,  me parabenizaram pelo excelente trabalho. Depois de estar faltando pouco para o encerramento, o auditor que estava bem perto de mim, (que eu sentia até o cafungado dele rs), me pediu uma pasta de localização do extintor tal, demorei a pegar pois tinha que levantar e ir até o arquivo físico e peguei... Apresentei a ele, e ele me disse que eu tinha "muito queixo" e eu logo pensei que era um queixo grande, mas descobri que aqui significa "muita lábia" e eu logo fiz uma pequena brincadeira com ele e a auditoria terminou antes do previsto...

Querem saber mais histórias minhas?
Para saber mais, venham me visitar na Amazônia!
Já chorei de felicidade na sonda, de tristeza na sonda, sorri com as brincadeira na sonda, já dei gargalhadas dos apelidos que ninguém imagina que aparecem - são seis anos dentro destes 25 anos de perfuração na Amazônia... E aí, vocês acham que sou maluco ou não?

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A aventura de voar na Amazônia

Por James Roosevelt da Silva Rodrigues - Técnico de Enfermagem / Base Manaus


Em minhas primeiras viagens para a Base de Operações Geólogo Pedro de Moura, onde tudo era novidade, ocorreu um voo que, para mim, foi inesquecível! Na manhã deste voo, o frio na barriga comum em viagens de avião tornou-se imperceptível e a única sensação que predominava era de euforia e ansiedade de chagar à sonda... Estava uma manhã ensolarada e com poucas nuvens, e a decolagem ocorreu dentro da normalidade.

Aos dez minutos de voo, um pouco antes do serviço de bordo dar início, uma mensagem da cabine de comando da aeronave fez crescer os pequenos murmúrios, normais nesses vôos curtos em sua primeira hora de voo: - “Senhores passageiros, bom dia, comandante falando diretamente da cabine de comando, para passar algumas informações sobre nosso voo” - até aí, tudo normal... Imaginei que seria comunicada a velocidade de cruzeiro, clima, meteorologia, porém o que ouvimos foi a seguinte expressão: - “ Essa aeronave possui dois motores: um principal na asa direita, e um escravo na asa esquerda”. Companheiros, acompanhem comigo o que veio no meu pensamento: “TÁ ERRADO!, falar de motor?”.

O comandante então continuou: -“informamos que nosso motor principal está apresentando um pequeno problema, que não prejudicará o voo, porém irá proporcionar um pequeno desconforto sonoro”.

Me perguntei: "como assim?" -  dei uma pequena espiadela para baixo e vi que estávamos muito alto, outra espiadinha para frente da aeronave e percebi que apenas alguns passageiros mais “destemidos” estavam comentando frases de coragem, frases que alguns minutos depois davam lugar a um enorme silêncio. Foi servido o lanche e aquele refrigerante descia com muita dificuldade, porém, alguns minutos depois, novamente o comandante com ar de graça e bom humor: -“atenção senhores passageiros, novamente diretamente da cabine de comando, gostaríamos de informar que o problema no motor continua, porém como estamos na metade do caminho para a Base de Operações Geólogo Pedro de Moura, seguiremos para os próximos quarenta e cinco minutos de voos restantes. Por sua atenção, obrigado”.
Foram os quarenta e cinco minutos de voo mais demorados que já vivi, porém, apesar do desconforto sonoro, não houve qualquer susto ou intercorrência em nossa viagem. Pousamos, fizemos o briefing, e ao caminharmos em direção ao hangar dos helicópteros e ao passarmos pela sala de embarque, ainda pudemos ouvir alguém comunicando o ocorrido à turma que iria embarcar, dizendo que estava tudo bem.
O avião decolou sem problemas, também embarcamos no helicóptero com destino à sonda, mas, ao taxiar, o avião precisou pousar, porque com dez minutos de voo, e por decisão dos pilotos, precisaram voltar e desembarcar os passageiros, seguindo depois somente com a tripulação para Manaus. Assistimos tudo do helicóptero, que aguardava em uma área afastada da pista, a autorização dos controladores para prosseguirmos viagem.
A turma que estava no avião com destino a Manaus conseguiu embarcar às 19h deste mesmo dia.
Que aventura!!!

O desejo de conhecer a Amazônia

Por Rithiani Carriello Alves - Document Control / Base Rio das Ostras


A operação na Amazônia, assim como eu, nasceu no ano de 1987, e temos 25 anos de história.

Cresci no mundo do petróleo. Familiares e amigos dependem desse segmento para sobreviver e me admiro a cada dia com as novas evoluções da área. Impressionante ver como a tecnologia está tão próxima da natureza.

Se a sensação é maravilhosa de sobrevoar o mar e no fundo do horizonte avistar uma sonda,
o que dirá estar no meio de uma gigante floresta e ver somente
um espaçinho no meio de um verde indescritível?

Tenho muita vontade de conhecer as sondas onshore, que conseguem na imensidão das matas retirarem um líquido tão precioso como o petróleo. A integração homem/natureza é incrível e saber que a empresa QGOG dedica-se para tornar essa relação o mais harmoniosa possível, é sinônimo de credibilidade, confiança e dedicação, para que o trabalho de perfuração continue e se expanda, aliados ao respeito com a natureza e a união dos colaboradores para este resultado grandioso.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Os desafios do infinito verde

Por Rafael Bruno Cardoso da Silva - Assistente de Gerência Operacional QG-IX


O Petróleo nunca me surpreendeu. Nunca fiquei impressionado com as unidades de bombeio trabalhando sem parar, com os pequenos kick´s que pintavam de preto o mastro que acabara de ser limpo, com a complexidade dos perfis de produção que conseguiam definir com exatidão se em determinada formação havia ou não hidrocarbonetos...
O que sempre me surpreende é o ambiente onde buscamos óleo e
como nos adaptamos a este ambiente!

Apesar de ter quase uma década de trabalho ligada à exploração e produção de petróleo, o máximo que consegui me deslocar para chegar ao trabalho / sonda foi duas horas e meia. Ao ser convidado para o projeto da QGOG no Amazonas, percebi que os desafios iriam além da técnica e da engenharia.

Era um desafio geográfico!

Chegar até Manaus em si já em uma viagem surpreendente. Imaginar a Amazônia dos livros de geografia na escola ou até mesmo nos documentários televisivos de sexta à noite não se aproxima da experiência de sobrevoar e chegar a Manaus.

Contudo, o desafio ainda não é chegar à capital Amazonense, ele apenas inicia no aeroporto.
O desafio é prover mão de obra local em um local onde a cultura de exploração de petróleo perde para a cultura dos parques tecnológicos e das montadoras, manter equipamentos funcionando em condições adversas de umidade e temperatura, controlar a logística de envio de materiais e pessoas para distâncias superiores a 600 km, garantir uma manutenção eficiente sem que haja a possibilidade imediata de se enviar um componente danificado para a sonda... Ufa!!!

Os desafios não acabam! No meu primeiro embarque, me surpreendi com a imensidão da floresta.
Estava acostumado a ver no horizonte um mar sem fim. Era uma imagem que me remetia ao infinito. O mar me dava a sensação de infinito... Hoje, observo de dentro dos helicópteros e vejo um outro infinito um infinito verde!

Ao chegar à sonda, observei que ficamos fisicamente isolados do resto do mundo. Somos uma clareira no meio daquele infinito verde. Buscando hidrocarboneto, trabalhando com tecnologia, com uma estrutura de conforto e comunicação impossível de se imaginar para nossa localização geográfica. A tecnologia nos ajuda mais uma vez.

Vivemos em comunidade nestas locações. Não se discute diferença de crenças, etnias, regionalidade, cultura e conhecimento. Este é um ambiente de um único objetivo: Sucesso!
Nesta comunidade, não temos compromisso com o erro, com o retrabalho. Nesta comunidade, não temos nossos familiares convivendo conosco, mas temos colegas de trabalho que usufruem o mesmo tempo desprendido para a família, ao trabalho. Nesta comunidade, somos mais que funcionários, somos vencedores! Vencemos o calor, o frio, o cansaço físico, mas principalmente vencemos a saudade de nossa família.

Contudo posso afirmar que ao término do primeiro embarque, o retorno para a família é muito diferente. A saudade dá lugar ao acolhimento, o frio se anula com o calor dos abraços nas pessoas que amamos e sobretudo voltamos com a certeza que o desafio foi novamente superado e que pertencemos a um grupo seleto de profissionais que conseguem chegar ao extremo dos sentimentos e com esta superação elevam o nome da Queiroz Galvão aos patamares mais altos da perfuração em áreas remotas. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Um dia importante.

Há vinte e cinco anos, em oito de agosto de 1987, o navio Claudia Smits chegava no porto de Manaus com um carga valiosa e que iria fazer história.
Naquele momento a Queiroz Galvão Perfurações, como a QGOG era chamada, preparava o início de um novo salto em sua atividade de prestação de serviços de perfuração.
A primeira sonda helitransportável a ser operada pela empresa chegava com o desafio de atuar em uma região nova para as empresas brasileiras, a Petrobras havia chegado em Urucu - AM apenas um ano antes.

Confira mais detalhes desta história nos posts a seguir.

Mas queremos contar muito mais e este espaço é para você, colaborador que já trabalhou ou trabalha para a QGOG na Amazônia, participar.

Seja bem vindo ao seu blog!